quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

A Cidade que nunca vereaneia.

Dei-me por conta da gratidão que sinto pela cidade que nunca litoreia, pelos motoristas que nunca descansam, pelas caixas que silenciosamente digitam, pelas vitrines iluminadas que nos esperam, pelos restaurantes que servem exclusivas refeições e ate pela moca que me vendeu um capuchino, mesmo que eu tenha percebido o seu mau humor da minha parte estava mansa e conformada por estar ali, me sentindo parte de uma cidade atenta, viva, sensata, que sabe que não pode parar, que existem pessoas que dependem do trabalha dela, que o coração de Porto Alegre sopra, sopra e movimentam meus passos, meus olhos atentos, meu encanto pelo sentimento de solidariedade de quem se sentiu parte de uma consciência de que a cidade sobreviveu a revoada praiana. Gosto de me sentir assim, gosto de esbanjar minha vida pela cidade abandonada, mas nem tanto.
Deve ser por causa desse ligeiro prazer que persuadi aquela moca mal humorada e apática a me entregar uma bela bala de café pelo troco que dispensei, também notei seu risinho escondido e a compreensão dela, afinal, fazemos parte da Porto Alegre remanescente.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Melodias





Estou certa de que existem salas da minha alma que só a música consegue entrar. E me puxa pela mão, me rodopiando em voltas assimetricamente redondas, me fazendo girar descalça pelo chão, naquele assoalho com frescor de primavera, soprando as cortinas com uma leve brisa que acorda os sonhos adormecidos.

P.M.

sábado, 23 de agosto de 2008

Todas as mulheres têm 32 anos






Todas as mulheres têm 32 anos


As mulheres de 32 estão tão novas que se confundem com as de 20. As de 40 estão tão bem cuidadas que parecem ter 32. E as de 60 se gabam: ?Sabe como eu me sinto? Com 32!?.
Todas as mulheres têm 32 anos. Repare como as décadas vividas se tornaram um borrão que deságua sempre no número 32. As mulheres de 32 estão tão novas e cheias de viço que, não raro, se confundem com as de 20. As de 40 estão tão bem cuidadas que, via de regra, parecem ter 32. As de 50, que souberam cuidar de mente e corpo, são agradavelmente perseguidas pela frase: “Não te daria mais que 32!”. E as de 60 se gabam: “Sabe como eu me sinto? Com 32!”. Nunca, em toda breve ou longa (depende do ponto de vista) história da humanidade, houve um tempo em que nós, mulheres, estivemos tão próximas. Todas nós temos 32 anos. Os perfumes, maquiagens, palavras, desejos, objetivos, jóias, sonhos, decotes, projetos são os mesmos. A infantilidade, as fraquezas, a ignorância também.

As de 14 estão nas vitrines namorando saltos altíssimos como as de 32.

As de 17 estão questionando sua escolha profissional como as de 32.

As de 20 têm a garra e a fome de realização das de 32.

As de 25 têm o mesmíssimo frescor da pele das mulheres de 32.

As de 29 estão conhecendo melhor o seu corpo como as de 32.

As de 35 estão se separando como as de 32.

As de 40 não se despediram dos seus 32.

As de 43 são férteis como as de 32.

As de 45 se olham no espelho e se vêem com 32.

As de 47 sonham em se perder numa ilha com o Sawyer como as de 32.

As de 50 estranham o meio século porque sua conta interna não vai além do 32.

As de 55 vão regularmente ao ginecologista como as de 32.

As de 62 estão escandalizadas por se sentirem rigorosamente com 32.

As de 64 cantam Beatles como as de 32.

As de 70 já compreenderam que terão, para sempre, 32.

As de 77 reclamam da demora das filas de banco como as de 32.

As de 80 se desmancham em mimos para os seus animais de estimação como as de 32.

As de 88 desistiram de tentar provar aos outros seus eternos 32.

E todas estão apaixonadas como aos 32. Marília Gabriela tem 32 anos, alguém duvida?Daiane dos Santos tem a seriedade e experiência dos 32.Simone Du Beauvoir ama Nelson Algren aos borbotões e aos 32.A Mulher Melancia estoura os zíperes das sílfides com sua safadeza assumida, coisa típica de quem tem 32. Joana D’Arc combate exércitos sem fim, hoje, vigorosa aos 32.Cinderela jogou fora faz tempo o sapatinho de cristal e assume seus 32.Madre Teresa de Calcutá questiona dogmas na fúria dos 32. Nefertiti mata as outras 299 mulheres do harém de Amen-hotep III como uma fera ferida de 32. Eu escrevo esta crônica num espaço 32.Você lê esta crônica numa curiosidade 32.E todas comemoraremos nosso aniversário amanhã: para sempre 32.


Autora: Stella Florence

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Anotações de leitura


"Minha Alma ainda está fértil, ainda está forte o bastante para uma bela estação de flores".
"As coisas são assim mesmo: Temos de tentar amar e cuidar uns dos outros enquanto estamos vivos, porque, quando estamos mortos, chorar significa apenas lágrimas caindo sobre um monte de terra sem vida".
"Venha, aperte minha mão, conheça minha solidão e me dê o amor, a força para prosseguir nesta estrada perigosa".
"Um amor profundo e estranho é impossível de explicar para você".
"Não se pode medir o amor com objetos, mas eles são símbolos".
Do livro: A noite passada sonhei com a Paz.

sábado, 21 de junho de 2008


NOTA EXPLICATIVA: A vida tem passado tão corrida, as experiências são fugazes que não há tempo de documentar meus escritos, mas a vida acontece, a vida corre e em mim ficam impressões seladas, as quais ,com tempo, pretendo transcrever nessa tela.

terça-feira, 11 de março de 2008

Pessoas Vazias – Homenagem a Moça de Prata!

Recentemente estive num evento social e observei os convidados, entre eles uma moça loira que dançava perto de mim. Tinha uma leveza em relevo e brilhava cor de prata. Realmente irreverente com desapego aos pudores sociais. Observei ela, pois estava presa no meu rumo reto. Pelas tantas, ela perguntou meu nome, no caos do glamour da noite, falei meu nome e perguntei o dela(Camila). Foi simpatia mútua, mas algo perceptível somente aos raros. Sorriu, ficou por ali, dançamos sem pretensão e logo se foi. Eu fiquei. Fiquei e perguntei quem era ela, ouvi dizer ser filha de um dos empresários mais bem sucedidos do Estado e que era “vazia”. Pelo primeiro trato pensei, sorte dela, porque dinheiro não faz mau a maioria, depois conclui que os ricos igualmente se divertem. Já pela segunda idéia entrei em num conflito interno que foi além da ressaca.
Vazia, era vazia. Aquela moça de prata, uma das se não a única que me notou na festa era “Vazia”. Moça de percepção aguçada. E lembrei que não seria a primeira vez que ouvi dizer que alguém era “vazio” ou “vazia”. E também lembrei já ter me rotulado, vazia. Vazia, Vazio, Vazios , Vazias, Vazam por aí. Coisa mais fútil uma pessoa vazia, deplorável, deprimente, lamentável. Eu já fui vazia no meu conceito de vazia e já percebi que tenho amigas e amigos vazios. Céus, que caos, me senti preenchida de gente vazia.
Menos eufórica e atropelada pelas idéias repensei nos Vazios ao extremo, lembrei que Vazios são oportunidades de preenchimento, de redesenho, de conquistas, de crescimento. Lembrei daqueles que profanam: - Voeis sóis vazios! São os mesmos que muitas vezes estão inflados de falso moralismo, de alta superestima, arrogância, pretensão de conhecimento, consumismo materialista e vaidade ao cumulo.

Pensei também que o “vazio” se desapega ao mofo supérfluo e absorve o novo. Logo, me aliviei por ter sido vazia algum dia nessa vida, lembrando que o vazio a mim pode ser o cheio aos olhos alheios.

Nunca mais chamo ninguém de vazio(a).


P.M.


domingo, 17 de fevereiro de 2008

Quero Paz e Nada Mais...

Quero paz e nada mais...
Quero um amor sereno que me tenha por devoção...
Quero um futuro sem contusões pelos passos que eu trilhar
Quero acordar mais leve por saber que respeitei,
primordialmente, a mim própria.
Quero ser amada pela substância que me traduz
Por que sou mais que matéria, sou engenho de
sentimentos e teia de mistérios.
Meu pensamento é volátil.
Sou criação de vida, sou espelho de fragilidade.
Guardo um silencio de gritos
Gritos que escorrem por mim quando me acordam
Acordam-me quando a realidade me absorve
Essa realidade tão subjetiva quanto o intocável
Quero ser distinguida por quem amo.
Distinguir-me significa ver-me sem reflexos,
sem cotejos e sem medo da intensidade do meu amor.
Haverei de saber quando assim me encontrar,
porque esses gritos tolos haverão de se calar.


P.M.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Do Capricho de Escrever!


...mas se até os analfabetos rabiscam seus nomes, porque eu não poderia tentar rabiscar minhas inspirações?


P.M.