Nesta manhã estava dedicando um pouquinho do meu tempo ao Teatro e li este artigo muito pertinente:
As peças não podem ser confundidas com pregações, elas não
vieram substituir e, nem se quiséssemos, faríamos com êxito. Aliás, é quando
nós, escritores de peças, entendemos que não temos este dever e nem esta
missão, que conseguimos abrir nossas mentes, tirar um peso de nossas costas e
começamos a produzir coisas boas.
Muita gente vem conversar comigo e até pedir oração,
alegando que não conseguem criar algo novo, belo e impactante. Pedem para eu
dar conselhos e técnicas para eles exercitarem e conseguirem, no final,
escrever e produzir uma peça.
Não sei onde fica o limite entre a disciplina e a
inspiração, mas é verdade que podemos treinar nossa mente para ser mais
criativa quanto a criação de peças.
Mas fique sabendo que se você pedisse uma dica minha para
criar ou escrever uma peça, falaria de primeira: Lembre-se de que você não está
pregando.
Quando digo isso, falo da forma tradicional de pregação e
evangelização, onde temos que falar do pecado, da cruz e fazer o apelo. Toda
peça tem alguém preso ao pecado, com muitos problemas com bebida, drogas, sexo
e dinheiro. Aí Jesus aparece vestido de branco e é crucificado, mas ressuscita
e depois destrói tudo que é ruim e sai abraçado com o pecador.
Sei que este tipo de história alcançou muita gente, mas será
que toda peça de crente tem que ter o mesmo roteiro? Antes de ver a gente já
sabe o começo, o meio e o fim. Será que sempre Jesus vai aparecer do nada e
resolver tudo como um passe de mágica na vida real?
A gente do “Terra dos Palhaços” apresenta uma peça de namoro
que acaba com o casal se separando e muitos vem me sugerir para colocar Jesus e
restaurar o casamento.
Mesmo sabendo que Jesus tem restaurado muitos casamentos,
achamos melhor colocar só o impacto, afinal de contas, tem histórias que nem
sempre acabam bem.
Tirar o peso de ter que pregar na peça, onde você tem que
solucionar tudo em Jesus, vai abrir a sua mente e jogar este peso para o
pregador que vem depois dela, ou até para você conversar com as pessoas que
foram impactadas depois da apresentação.
Precisamos de peças menos moralistas e mais verdadeiras, pois
quando as pessoas assistirem a representação que será mostrada de forma honesta
e verdadeira, irão também se auto-avaliar de forma honesta e verdadeira e, vão
perceber que precisam de algo que as salve e aí sim pode entrar a palavra que
vai apontar Jesus, O Cristo.
Não podemos abrir mão da pregação, do plano de salvação, mas
você deve entender que a sua peça serve para introduzir um assunto e não para
fechá-lo.