Como ter a briga quase-perfeita
Sou cristã, recém-casada e já briguei com meu marido.
Antigamente, quando namorávamos, brigávamos bastante, brigas
muito feias que sequer dá vontade de relembrar. Isso porque somos muito
diferentes em muita coisa e, infelizmente, semelhantes na nossa obstinação. E
como eu sou a rainha do drama, cada briga era o fim do mundo para mim. Onde
estava a trilha sonora perfeita de Um amor para recordar? Onde estavam o clímax
do filme seguido pelo final feliz, um desabrochar de sorrisos, reconciliações,
com tudo acontecendo do jeito que eu queria?
Brigas são inevitáveis. Há muito o que entender primeiro
sobre brigas entre pessoas, especialmente entre casais. São aquelas brigas que
revelam apenas a diferença de personalidade e de gostos, e terminam ou com
amargura ou com humildade e aprendizagem.
Com isso em mente, faço aqui minha própria lista de dicas,
coisas para manter em mente e sugestões, não-exaustiva e imperfeita, sobre como
ter uma briga quase-perfeita. Aliás, essa lista talvez não seja necessária para
as com mais experiência e as mais sábias do que eu, que com certeza poderiam
acrescentar muito mais à lista e até corrigir o que eu escrevi! Como sou
recém-casada, tenho muito ainda que aprender e talvez daqui a alguns anos
poderei rever a lista e dar uma risadinha. Mas para quem também é recém-casada
ou está para se casar, talvez isso seja de alguma utilidade para você!
Como mulher e homem são universos diferentes, reagem,
interpretam e veem o mundo de formas diferentes, fiz essa lista para as
mulheres, porque eu sou mulher e estou começando a perceber como a minha cabeça
funciona na hora da briga. É fácil entender as coisas quando não há briga. Mas
na hora da briga, é sempre bom se lembrar de algumas coisinhas. Se for de algum
proveito pro sexo oposto, que bom!
1. Briga sempre
envolve três pessoas: você, ele e Deus.
2. Briga não é
guerra, apesar de nós mulheres às vezes acharmos que é o fim do mundo e já
corrermos para agarrar as nossas armas de ataque e defesa (ou, às vezes, os
homens).
3. Briga quase
nunca de fato se trata sobre aquilo que a começou. Às vezes pode começar porque
ele deixou a toalha na cama e, na verdade, se trata da sua insegurança e
insatisfação como dona de casa (não que seja inconveniente da parte dele deixar
a toalha em cima da cama, rs).
4. A briga é o
lugar perfeito para praticar todos os frutos do Espírito.
5. Dependendo da
sua abordagem, ela pode ser redimida ou enterrada, terminar em amor ou
amargura.
6. É bom lembrar
que nela as palavras e a linguagem corporal têm o triplo do peso e poder.
7. Modificar o volume
e tom de voz não melhora seu argumento.
8. Não desvie do
assunto, não despreze as palavras dele, não o ignore.
9. Não adianta
querer vencer sozinha. Ou os dois vencem, ou os dois perdem.
10. Você é
responsável pela sua própria atitude, palavras e reações. Não adianta ter uma
atitude crítica com todo mundo menos consigo mesma.
11. Muitas vezes, nós
mulheres usamos a famosa tática da manipulação até mesmo sem perceber. Isso
inclui chantagem emocional e choro que tiram o foco do que realmente importa.
Brigas manipuladas não são brigas resolvidas, são brigas abortadas que, com o
tempo, se enterrarão em forma de desprezo e amargura no mais profundo do nosso
coração.
12. Essa é a mais
difícil para mim e outras de “gênio forte” e “sangue quente”: Controle-se.
Controle-se. Controle-se. Um dos frutos do Espírito é o domínio próprio, e a
honestidade precisa ser acompanhada intimamente de paciência, humildade e,
especialmente, amor.
13. Escute o que ele
tem para falar e dê valor e respeito ao que ele fala. Isso não é um monólogo
seu, mas um diálogo. Espere sua vez.
14. Mulheres, devemos
respeito aos nossos maridos. É excepcionalmente fundamental, com ou sem briga.
Baixar o nível da conversa, zombar e desvalorizar é tornar inevitável a derrota
dos dois.
15. Seu objetivo deve
ser construir não destruir.
16. O tratamento do
silêncio com biquinho não resolve nada. Homens (ao contrário de nós mulheres)
não leem mentes. Se ele te perguntar, é porque ele quer saber. Respire bem (de
preferência sem aquele inspirar super audível) e responda sem drama.
17. Dica para os
homens: Silêncio nem sempre significa que você está sendo ignorado. Às vezes,
nós mulheres estamos aprendendo a praticar o #12 e isso significa morder nossa
língua e pensar bem antes de falar. Ou, às vezes, percebemos algo de uma forma
diferente e precisamos pensar mais a respeito antes de responder. Sejam
pacientes conosco e não façam conclusões precipitadas! De qualquer forma,
mulheres, precisamos pelo menos avisar o que estamos fazendo (com o #6 em
mente), senão o silêncio é interpretado de forma errada.
18. Já lhe ocorreu
durante as brigas que ele pode estar certo? Às vezes a gente se toca disso mas
o nosso orgulho impede de admitir.
19. Ao reconhecer seu
próprio erro e pedir perdão em humildade, você abrirá espaço para que o outro
faça o mesmo. Só não fique cobrando que ele faça o mesmo, porque aí você pode
duvidar se você realmente se arrependeu ou se está tentando manipulá-lo.
20. Nunca é tarde
demais para mudar sua atitude e pedir perdão. Até mesmo uma semana depois da
briga enterrada.
21. Levantar questões
passadas que foram “perdoadas” pode ser sinal de amargura.
22. Homens às vezes
confundem nossa “paixão” por drama. Mas muitas vezes eles acertam. Sei que
irrita e às vezes magoa muito ter todos os seus sentimentos e pensamentos
reduzidos a “Ah, é drama seu”. Mas deixe passar sem “dramatizar” mais. Não há
nada de errado em admitir que você, de fato, está sendo dramática. Se não for o
caso, tente se expressar de forma diferente!
23. Quando ele pedir
perdão, esfregar na cara e ficar repetindo a razão pela qual ele está pedindo
perdão é dificultar futuros pedidos de perdão. Not a good idea.
24. Nunca ter brigado
pode ser indicador de falta de intimidade e comunicação.
25. Não é sua
responsabilidade mudar a pessoa. A única coisa que você pode mudar é a si
mesma. Tenha paciência e, como meu avô sempre fala, “Deixe o senhorzinho nas
mãos do Senhor”. Além disso, muitas vezes quando nós mudamos, a situação muda e
o problema se resolve por si só!
26. Muitas coisas que
achamos errado nele e pelas quais brigamos são superficiais, coisas com as
quais podemos conviver. Nesse caso, é sempre bom se perguntar ao começar a
briga... “Vale a pena brigar por isso?” Afinal, nós somos tanto esquisitas para
eles quanto eles são para nós.
27. O orgulho é o pecado
mais dificilmente reconhecido e facilmente confundido e descartado. A gente
pode confundi-lo com falsa humildade, vitimização, autoestima, conformismo,
entre outros. Brigas muitas vezes começam do nada e se desenrolam tão
rapidamente que nem sequer dá tempo de se autoanalisar e baixar a arma do
orgulho. Sempre suspeite de si mesma. A humildade começa quando você se
arrepende do seu orgulho.
28. Muitas, muitas
vezes você pode evitar uma briga desnecessária identificando momentos
inconvenientes de levantar assuntos. Por exemplo, quando ele está cansado,
quando está apressado ou quando está estressado. E é também importante
identificar em si a capacidade (e às vezes até mesmo sanidade) para manter uma
discussão normal. Se ele começar e você perceber que não está num momento bom,
com muito amor e calma, avisa. Se não der para adiar o assunto, peça ajuda de
Deus e vá em frente.
29. Depois de muitas
brigas, você vai descobrindo formas de resolver bem a situação, de evitar
situações desnecessárias, de identificar o problema verdadeiro e de melhor
aproveitar o momento para conhecer a ele, a si mesma e amadurecer o
relacionamento, além de se apaixonar cada vez mais por ele e se sentir cada vez
mais amada.
30. Finalmente (e
pessoalmente), acho que final de briga bem resolvida deve ser marcada por muito
afeto e carinho, para aliviar a tensão e reafirmar o amor. Super recomendo um
bom filme com pipoca (mas eu sou tendenciosa). Depois de tanto conversar e
discutir, nada melhor do que curtir um filmezinho bom abraçadinhos no sofá.
Postado por Hendrika Vasconcelos
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